(Escrevi essas divagações quando tinha 17 anos. Não tem exatamente um planejamento de escrita, mas ainda vi sentido no desabafo e decidi compartilhar aqui, sem pretensões, já que era justamente dessa forma que escrevia)
Gritos…imperceptíveis, contidos, deletérios, ensurdecedores, esmagadores, ineficientes, incompreensíveis, inconformados, inexistentes.
É ao redor de si mesmo que tudo parece mais tranquilo. As ruas são mais largas, os sentimentos são falsos. Tudo sempre se transforma. Aqui, não, tudo é constante.
Lá fora, o universo esvai-se em chamas; aqui em abstrações. Lá, o canto é monótono; aqui é ausente. Os olhos pedem passagem, os olhos pedem saída. Lá pode-se ir a qualquer lugar, e o resultado é sempre o mesmo. Aqui, não se pode andar.
O vôo é passivo, mas o toque é rude. Não há sutileza, não há profundidade. Há somente traços de guerra, impunidade e falta de crítica.
Conhecimento…um caminho inteiro a ser percorrido. Trégua…onde está o aroma saudoso de seu ideal? Onde foi a imagem do seu inconsciente, que viajou distâncias infinitas, que se solidarizou com o desprestígio? E tudo ficou parado.
Mas é do solo que se extrai o riso e nas estrelas que se busca a luz; em outros braços, a lágrima, mas muito se perde no borbulhar do precipício.
Chegada…a espera é contínua, os degraus são eternos e a lembrança apaga a saudade com seu sarcasmo inusitado. Mas são apenas memórias.
As folhas são viradas. Páginas e páginas de existência, talvez extinção. Não se sabe o que existe mais, talvez nada, talvez um pseudo-nada. Talvez uma parcela da culpa de que tudo poderia ser diferente e que o homem é apenas um erro em si mesmo. Ou um acerto oculto.
Onde está o sentido? Só saberão aqueles que sucederem essa era. E quão justo seria se alguém, um só, chorasse, colhesse e sorrisse por todos. Não como quem faz tudo, mas como quem tudo conhece, e que de sua sublime inteligência, aprenda a moldar um cálice de méritos e humanidade, deixando esquecidos no passado apenas pequenos esboços de destruição;
E seria mais do que um sonho.
Reflexão e divagação filosófica, sempre atual. Lindo!
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