Embriagar-se de prazer, beber até a última gota, atingindo então, um estado irreversível de inconsciência e debilidade emocional.
E ainda assim, estar acordado para ouvir e sentir e gemer…e deleitar-se com o gosto que permanece nos lábios e purifica a ponta da língua.
Pedir mais e provar que já não há mais capacidade de discernir entre o certo e o errado, entre o grito e o beijo.
Morrer…por alguns minutos. Chorar…de êxtase. Pensar que a luz que cega a visão é somente parte da festa e repetir incansavelmente “estou bem”, querendo mais e mais e mais e mais…
Ser nada, ser nada sempre. E o sempre é nunca. E o nada é muito, e a casa voa, e o chão se ergue, e tudo cai, e eu tenho medo, caio também.
Voltar a si. Voltar a tudo. Lavar os copos, lavar o rosto. Ver tudo reto: o céu azul, o canto fúnebre, as gavetas fechadas. O filme acabou. Aperto stop, seguir a vida. Morrer de tédio nessa cidade.