Uma semana atravessada e não parecia haver linha de chegada a cruzar. Pílula após pílula ingerida e o pesadelo da noite facilmente se transpunha para o dia, num tormento instalado com maestria.
O jejum da manhã se estendia para as próximas horas do dia. Era impossível desperdiçar a pouca saliva que restava em sua boca com qualquer refeição indigerível. O corpo pedia, a mente bania.
Experimentava sensações singulares, como se algo dentro de si, que ela tanto procurava ocultar, estivesse gritando, chamando atenção, implorando para ser lido. Olhava a sua volta e se projetava partida, descoberta, do avesso.
O suor em excesso lhe cobria toda a pele; a vibração em suas mãos lhe tirava o controle que ela pensava possuir; insônia diária e quem precisa de repouso? Ela carecia de pousar, acalmar as palpitações, o ranger dos dentes, a agitação do olhar, o arquejo do peito.
Aguardaria mais uma semana. Um mês, se possível, até fazer efeito. Pois as impressões físicas estavam desviando o foco da sua inundação mental e, por aquela hora, ela ainda não queria se afogar.